terça-feira, 9 de março de 2010

Falta de ar.


Seria hoje um dia como qualquer outro, mas não foi.
Aparentemente tudo parecia normal: o mesmo tédio forçado, o sono irritante, o calor insuportável... calor, ah, falta de ar, calor, calor, calor -respiração profunda-. Cada gota de suor que percorria o meu corpo provocava um arrepio nunca antes percebido. Sentia em mim o peito fervilhar, numa vontade insuportavelmente exorbitante. Ah, mas isso é apenas um detalhe frivolo num dia tão cheio de sensações... Oh, meu amigo, que bom que você veio visitar-me, esse enfado tem me consumido. Mas preciso sair de casa. Respiro fundo. Saio de casa. Vou andando. As ruas me parecem mais calmas... Não! Eu que estou deveras ansiosa. Razão? Não sei. Eu sinceramente não sei. Respiro fundo -essa falta de ar ainda vai me matar-. Continuo andando, o vento em meu rosto me acalma. Andei demais, sinto agora a água do mar acarinhando os meus pés. O mar me parece atraente. Respiro fundo -cada vez fica pior essa falta de ar-. Entro no mar. Ando em direção ao fundo. A água chega ao pescoço. Respiro fundo. Respiro fundo. Respiro. Fundo. Olho pro céu e volto. Ainda tenho que descobrir o que me deixou tão exaltada.

3 comentários:

  1. Eu diria que sei o que é.
    Mas vou ficar calado! :P
    UHAsuhashahush

    Anyway, gosto da idéia de algo maior que nós, que nos conforta. Seja o mar, ou tudo o que ele pode significar [vou continuar calado, juro!]
    :P

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  2. Nem tudo dá pra saber o porquê... gostei do texto!

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  3. Gosto muito dessa maneira descritiva de "desabafar", muito mesmo.
    O mar com certeza te deixou códigos, assim como o céu transmitiu uma incógnita ao teu olhar.
    A resposta sempre chega, mais cedo ou mais tarde. Enquanto não se desvenda todo o caminho, escreva!
    Estarei por aqui.

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