quinta-feira, 8 de abril de 2010

Poesia sem fim [poesia]

Querido baiano, pela transformação em poesia de minha prosa, dedico esse post!


A poesia que não tem fim
é o que se encontra em tudo o que me transforma.

A poesia. A poesia é o meu cantar diário,
meu suspiro constante. Meu remédio,
meu calmante. Antes fosse um veneno qualquer ou um bom vinho que me derrubam.
Mas não. Ela só me enaltece. Ela corre viva em minhas veias de cetim.
Bate forte no meu peito como um amor bate em mim.
É que eu sou toda prosa,
mas a poesia insiste em não me deixar em paz. Já tentei abandoná-la.
Minha vida sem ela é o Buarque sem suas letras; não tem combustível, não há emoção.
A vida sem ela é quase um martírio,
é quase o delírio de quem não perde a razão.
Essa é a vida que eu quis: papel e caneta na mão; som, ritmo, amor, paixão.

A vida de quem (não) ama, mas que perde a razão.
E se em mim há poesia, meu bem,
pra quê ter razão?
Me entregar por inteira não me impossibilita de ter os pés no chão.
Ver o bom em tudo não me restringe de dizer não.
Beber e perder o juízo não me impede de ver a beleza dos pequenos momentos.
Saber que existo e me sinto, e mais importante:
saber do que sou feita, dão o torpor pro meu coração.
O resto do mundo, se quiser que ouça, se quiser que veja.
Se quiser ,ainda, que toque. Mas eu. Eu sinto. Sabe por quê?
Por que eu não sou nada prosa -verdade de quem mente-,
eu sou poesia
-a mentira de quem vive.